sexta-feira, 24 de junho de 2011

Da bovinidade, em geral


Caríssimo,

Agora que sei que o gado bovino, devido às suas emissões de metano, é mais responsável pelo aquecimento global do que o sector dos transportes, posso dizer, com propriedade, que folgo em saber que nos pátrios campos são magras as vacas! Porém uma questão me assoma o espírito: Que quota-parte de responsabilidade no desequilíbrio ambiental do planeta terão os costumeiros bem-falantes mangas-de-alpaca do regime? É que se estão magras as vacas e a temperatura teima em subir sustentadamente, só posso especular que tal estará correlacionado com a verborreia incontida dos "especialistas" comprometidos da situação que, continuamente, debitam jorros de fezes das suas mentes e sabes que mentes. Que quantidade astronómica de metano é emanada daquelas sábias bocas, que, de cada vez que se abrem, provocam uma fila de 5 km nos acessos a Carcavelos?

Ocorreu-me um destes dias uma ideia. Um "reality show" que consiste em pegar numa dezena de tudólogos bem sabidos da inevitabilidade e da virtude da míngua (Bentos, Duques, Carreiras e afins), tirar-lhes o fardo dos privilégios monetários que carregam e pô-los a sobreviver com o rendimento médio dos seus esbanjadores e calões concidadãos durante 3 meses. O vencedor seria quem conseguisse chegar ao fim do programa com maior folga orçamental. Que lhe parece? Poderia diligenciar junto dos senhores de Queluz de Baixo uma reunião exploratória do conceito? Parece-me algo na linha da ideia de televisão que os ditos têm e, tenho por certo, agradaria também a quem tem o fardo pesado da governação por estes dias: Além de um potencial de educação de austeridade financeira é sempre um pouco de circo que se oferece à populaça.
Fico à espera de novas na volta do correio. 

Saudações austeras,

J.A. de VCG e S.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

José, Bem-aventurado carpinteiro

Meu excélsio compadre, os pézinhos estão temperados desde que Cracóvia viu um eclipse lunar pela última vez, e a coentrada está-nos enraízada desde o dia em que abrimos os olhos.
A marmita faz parte do nosso traje e o expresso é um credo que não existe.
A bem aventurança de com pouco se ter muito é aquilo que o nosso povo se traduz. Com parco pão água, azeite e ervas de trazer por quintais se enriquece a pança em terra douradas.

Mas não só de compadrias se padece o nosso solo pater. Parece que por actos actualizados de Moisés a 7 pragas do Antigo Egipto nos assolam. Não há dia em que de vacas magras não se oiça falar, nem gafanhotos que não nos saltem à frente. As crianças são escondidas por detrás de vídeojogos e comida de embalagens. Os seus olhos vivos são agora olhos sapudos. Os sorrisos dos pais são agora desabafos de desespero.

Resta-me um parágrafo, bem aventurado, por sinal, de sol, paz e sorriso, porque é disso que somos feitos. Somos realizados de sentimentos, não de desgostos, e se porventura um desgosto nos dá um tropeção, então cortemo-lo pela raíz, que da mesquinhez não medramos.

José, bem-aventurado carpinteiro, assim se reveste o meu espírito. que as armas da gargalhada alcancem sempre a vitória contra os escudos do escárnio

sábado, 11 de junho de 2011

O Sol brilha

Caro Sr. Francisco,

Escrevo para lhe contar a novidade: Já não chove em Cracóvia. O tempo da intempérie acabou e o sol brilha radioso sobre as nossas cabeças.

Se terá sido o súbito desvanecer da massa de ar frio dos Urais, ou antes o irromper de uma massa de ar quente africano, mais pujante do que prometia, o responsável por este bem-aventurado episódio, é matéria que deixo aos sábios meteorologista, já que são parcos os conhecimentos de que disponho e menor, ainda, o interesse que tal tema em mim desperta. Só uma coisa interessa: O sol brilha e já não chove em Cracóvia. Se será pouca ou não  a sua dura, é também algo que não se afigura de relevância perante o facto que aqui lhe relato: Após seis intermináveis anos de intempérie, já não chove em Cracóvia!

No meio do júbilo, meu caro Sr. Francisco, acontece-me ser invadido por saudades. Não sei se o ver o sol me traz à ideia a memória do claro céu pátrio, ou se outro mecanismo perverso me faz andar na boca o sabor   cítrico a pezinhos de coentrada. Por certo o meu estimado Sr.Francisco poderá providenciar uma marmitazinha   em correio expresso, não lhe será maçada em demasia e, estou certo, poderá chegar cá nas devidas condições. Que me diz?

Mas fale-me. Diga-me o que se vai passando nessa terra de liliputianos à qual chamamos Portugal!

O seu,

J. A. de VCG e S.

1º dia

Parece que foi desta.
Ao fim de alguns meses este blog lá saiu.
Terá assinatura plural e conteúdos plurais (eu acho que vai acabar no TVI24 a ser apresentado como que os maias passado em S. Bento)

Espero que tenha uma longa vida e que agrade a "fazedores" e possíveis leitores e que.... mais nada