Caro Sr. Francisco,
Escrevo para lhe contar a novidade: Já não chove em Cracóvia. O tempo da intempérie acabou e o sol brilha radioso sobre as nossas cabeças.
Se terá sido o súbito desvanecer da massa de ar frio dos Urais, ou antes o irromper de uma massa de ar quente africano, mais pujante do que prometia, o responsável por este bem-aventurado episódio, é matéria que deixo aos sábios meteorologista, já que são parcos os conhecimentos de que disponho e menor, ainda, o interesse que tal tema em mim desperta. Só uma coisa interessa: O sol brilha e já não chove em Cracóvia. Se será pouca ou não a sua dura, é também algo que não se afigura de relevância perante o facto que aqui lhe relato: Após seis intermináveis anos de intempérie, já não chove em Cracóvia!
No meio do júbilo, meu caro Sr. Francisco, acontece-me ser invadido por saudades. Não sei se o ver o sol me traz à ideia a memória do claro céu pátrio, ou se outro mecanismo perverso me faz andar na boca o sabor cítrico a pezinhos de coentrada. Por certo o meu estimado Sr.Francisco poderá providenciar uma marmitazinha em correio expresso, não lhe será maçada em demasia e, estou certo, poderá chegar cá nas devidas condições. Que me diz?
Mas fale-me. Diga-me o que se vai passando nessa terra de liliputianos à qual chamamos Portugal!
O seu,
J. A. de VCG e S.
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