sexta-feira, 17 de junho de 2011

José, Bem-aventurado carpinteiro

Meu excélsio compadre, os pézinhos estão temperados desde que Cracóvia viu um eclipse lunar pela última vez, e a coentrada está-nos enraízada desde o dia em que abrimos os olhos.
A marmita faz parte do nosso traje e o expresso é um credo que não existe.
A bem aventurança de com pouco se ter muito é aquilo que o nosso povo se traduz. Com parco pão água, azeite e ervas de trazer por quintais se enriquece a pança em terra douradas.

Mas não só de compadrias se padece o nosso solo pater. Parece que por actos actualizados de Moisés a 7 pragas do Antigo Egipto nos assolam. Não há dia em que de vacas magras não se oiça falar, nem gafanhotos que não nos saltem à frente. As crianças são escondidas por detrás de vídeojogos e comida de embalagens. Os seus olhos vivos são agora olhos sapudos. Os sorrisos dos pais são agora desabafos de desespero.

Resta-me um parágrafo, bem aventurado, por sinal, de sol, paz e sorriso, porque é disso que somos feitos. Somos realizados de sentimentos, não de desgostos, e se porventura um desgosto nos dá um tropeção, então cortemo-lo pela raíz, que da mesquinhez não medramos.

José, bem-aventurado carpinteiro, assim se reveste o meu espírito. que as armas da gargalhada alcancem sempre a vitória contra os escudos do escárnio

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