Esta vai ser a minha estreia a escrever em blogs, com a excepção de pequenos comentários a alguns textos… Brrr… Já estou a ficar nervosa…:)
Sendo uma infoexcluída neste domínio dos blogs, questionei logo: ”Como raio faço o login para esta cena”. Assim sendo, procurei avidamente pela resposta, procurei por quaisquer coordenadas que pudessem existir no e-mail do Francisco Piçarra (Xico, para os amigos), que amavelmente me convidava para aqui.
Bom, na pesquisa do e-mail do Xico com a palavra "Francisco" deram-me milhares de resultados de e-mails (“burra!”- pensei eu - “Tens de restringir a pesquisa um pouco mais”), com a palavra “Piçarra” apenas me apareceu um resultado de uma Newsletter do Centro Jacques-Delors (provavelmente, aludindo ao excelente Professor de Dto. Da União Europeia). Por fim, ainda me lembrei da palavra “Cracóvia” (nome deste blog) e, curiosamente, fui parar a um e-mail muito simbólico para mim, que o julgava perdido. Com esse avivar de reminiscências passadas, não me pareceu razoável corresponder à solicitação do Francisco de "postar" um texto inicial que fosse uma espécie de resposta aos posts anteriores deste blog, até porque nesse hiato de tempo - que decorreu desde o convite inicial e a elaboração do presente texto - mais pessoas aderiram ao blog e mais posts foram redigidos… Portanto, o Xico vai ter que “gramar” com isto mesmo, não fosse eu, às vezes, um pouco (mas só um pouco) caprichosa.
De qualquer forma, para não sair gorada a vontade do Francisco - da existência de algum fio condutor no Blog - gostava de falar da pequena e pitoresca cidade de Cracóvia e da agradável surpresa que foi visitá-la.
A minha passagem por Cracóvia foi feita no âmbito de uma viagem de inter-rail até à Rússia, uma das maiores loucuras saudáveis que fiz até à presente data:), sendo que isto se passou no Verão que sucedeu após a finalização do curso de Direito.
Nessa viagem fui muito bem acompanhada por um fabuloso companheiro de viagem, que me facilitou muito a vida nessa jornada. Embora estivesse na presença da melhor das companhias possíveis para partir para a aventura, com quem tive o privilégio de realizar muitas mais viagens, o meu pensamento - infelizmente ou não - divagava e fixava-se em uma outra pessoa muito marcante na minha vida, que estava em outras aventuras semelhantes e, curiosamente, nesse momento da viagem, a poucos km de mim.
Enfim, devo dizer que a pequena e pitoresca cidade de Cracóvia foi, sem dúvida, uma grande surpresa. Chegados lá de comboio, fomos selvaticamente abordados pelos angariadores de clientela dos hostels, que nos assediaram para que ficássemos alojados nos estabelecimentos que os contratavam. Depois de estarmos (in)devidamente instalados, fomos visitar a cidade, que achei muito simpática, bonita, agradável, verde, cosmopolita, histórica e simples. Parece que os adjectivos elencados se contradizem, entre si, mas quem foi lá creio que deve ter sentido um pouco o que descrevi.
No primeiro dia, tive ainda a oportunidade de conhecer o “Restaurante Nostalgia”, um sítio muito agradável, bonito, simpático e muito barato, onde creio que comi a primeira salada grega e contactei com o fabuloso queijo feta, que tenho sempre no frigorífico:). Bom, espero que esse restaurante ainda exista (agora não me apetece fazer a pesquisa Google, devido à preguicite que me costuma assolar pós período laboral). Lembro-me que nos dias que estivemos em Cracóvia, fomos quase sempre almoçar a esse sítio.
No segundo dia – se a memória não me trai (pareço os velhotes a “falar”) - creio que foi aí que vi pela primeira vez a exposição de fotografias “earth from above”, ao ar livre, de Yann Arthus-Bertrand, que me fascinou bastante, tendo até recebido - mais tarde, pelo aniversário - um livro com essas fotografias, que guardo com mto carinho e que abro paulatinamente de forma aleatória:). Pode ser que algum dia visite algumas dessas paisagens mais inóspitas que se encontram no livro…
Nesse dia, visitei ainda a bela cidade de Cracóvia, os monumentos e algumas das suas igrejas.
O terceiro e último dia, foi reservado para apreciar algo mais avassalador; sentir algo que se assemelha – em parte - àquilo que senti quando visitei os campos de batalha de Verdun, na fronteira entre a Alemanha e a França. Ora, nesse último dia fui visitar o campo de concentração nazi Auschwitz-Birkenau, que fica a uns 70 km de Cracóvia. É, efectivamente, uma visita obrigatória quando passamos por Cracóvia, mas que nos deixa incrédulos com tudo aquilo que vemos e imaginamos que aconteceu no passado: os sapatos, cabelos e dentes amontoados, todos aqueles testemunhos escritos, as câmaras de gás ocultadas pelos nazis, as condições deploráveis em que deviam viver aquelas pessoas. É muito complicado descrever o que se sente ao visitar aquele local onde se praticaram tais atrocidades.
Enfim, a minha visita a Cracóvia foi, essencialmente, uma viagem emocionalmente desafiante e sentida(como a vida deve ser, porque nós não devemos passar por cá, apenas por passar...).
Clara.
É caso para dizer que os e-mails são como as cerejas, atrás de um, vem outro.
ResponderEliminarWelcome!